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Numa estação rodoviária
Eu vi um velho sentado
O que me chamou atenção
Foi como estava trajado
Um chapéu de karandá
E um laço bem trançado
Com uma goiaca velha
E um berrante empoeirado
Me aproximei do velho
E apertei a sua mão
Pois no traje que ele estava
Mereceu minha atenção
Ele me disse: Meu filho
Fui carreiro do sertão
Fui capataz de fazenda
Fui tropeiro e fui peão
♪
Vi tantas coisas bonitas
No interior do meu sertão
Tocando boi pantaneiro
No lombo de um pagão
Conduzi tantas boiadas
Lá nos confins do sertão
Porém hoje tudo mudou
O vaqueiro é o caminhão
Já sinto o peso dos anos
Tudo mudou de repente
No caminho desta vida
Ninguém fica pra semente
Carrego este berrante
Pois ele faz bem pra gente
Ele alivia a saudade
E a dor que meu peito sente
♪
Chegando ao fim da conversa
O velho então me falou
Vou descer na plataforma
Pois o meu ônibus chegou
Pegou a sua bagagem
Na condução ele entrou
Com destino a Barretos
O velho peão embarcou